sexta-feira, 15 de julho de 2011

viagens em trabalho

Viajar em negócios é bom porque podemos andar com um portátil, fato e pouca bagagem em aeroportos, o que manda sempre estilo e isso é fixe. E também não somos nós que pagamos a gasolina do avião e o alojamento.

Depois, toda gente sabe que a informação nova absorvida num sítio tem uma curva logarítmica. A minha é esta:

Nas primeiras horas temos muita informação nova e depois vai diminuindo ao longo dos dias, semanas, meses e anos, no caso de sítios onde se vive.

Em viagens de negócios raramente saímos da fase inicial da curva e por vezes só se tem umas horas no fim de um dia ou numa manhã antes de apanhar o avião de volta. E estamos normalmente sozinhos, quando muito com colegas, mas nunca com a namorada por exemplo, para andar de mão dada com ela e começar a discutir à brava por causa do cansaço das divergências sobre o que ver e a que ritmo. E eu nem sequer tenho namorada, pelo que é duplamente deprimente.

Para se poder dizer que se esteve em Frankfurt ou Estocolmo ou Paris a pessoas que lá foram em férias e visitaram tudo, desenvolvi um método bom. Envolve andar a pé a partir do hotel (se for num sítio central) e ter sentido de orientação. Quando se tem muito poucas horas é irrelevante (e até um desespero) querer correr para museus e ex libris e coisas dessas, embora haja quem o faça. Eu prefiro andar como se vivesse ali e fosse ao café da esquina, abstraindo-me do facto de nunca mais ir meter os pés em Estocolmo ou Frankfurt ou Paris. Na fase inicial da curva é indiferente. Só o facto de ver habitantes estrangeiros e que falam línguas estrangeiras e de ver que os carros têm chapas de matrícula iguais às dos emigrantes portugueses em Agosto, é giro.

Cansado da viagem e do dia de trabalho, ficar no hotel é sempre uma hipótese. Há muitos canais de televisão e ligamos canais financeiros, só para dar wallpaper executive a toda a cena.

Olha S.Paulo ali. Hmm hmm, está ali. Bom. Vamos ler Tostói na cama?


Depois, o viajante tenta fazer nos hotéis em que fica uma espécie de toca. Aqui podem ver como eu fiz para fumar num quarto para não fumadores, equilibrando o cigarro na latinha de guaraná.


Cuidado com as vertigens, são 20 andares. E liga-se o ar condicionado para o vento empurrar o fumo para fora e enganar o sensor!

Descobri isto sozinho. A latinha só descobri no 2º dia, depois de ver as marcas de queimaduras que o cigarro deixou na pedra ^_^ ups...

Também podem ver que a caixilharia da janela é de qualidade e a pedra também.

Lembro-me sempre de um primo afastado, mais velho, que é assim muito dado à bricolage e que sempre que ia de férias comentava estas coisas. Podiam pô-lo no Louvre que ele ia olhar para os rodapés dos corredores a ver se estavam bem envernizados e como é que faziam para impermeabilizar o tecto.

Ele a olhar para isto à noite devia pensar "iih, tshh, tanta luz acesa, é bom que tenham o tarifário bi-horário para isto..."

E hoje vou para ali para o meio à noite, há jantarito e festa. Espero sobreviver, mas também espero ver crime e violência e execuções sumárias na via pública porque dizia no guia turístico que havia disso aqui e ainda não vi nada.

3 comentários:

Anónimo disse...

"Quando se tem muito poucas horas é irrelevante (e até um desespero) querer correr para museus e ex libris e coisas dessas, embora haja quem o faça. Eu prefiro andar como se vivesse ali e fosse ao café da esquina," e a parte de ficar no hotel a ver tv.
ai Tolan, Tolan, caneco, pá, que nunca pensei que houvesse gente neste mundo solidária comigo.
deus te abençoe.
diverte-te bué. eu cá vou curtir este verão de sao martinho pro guaruja, litoral paulista. qd vieres pra cá viver :P dá lá uma saltada, é lindo.

e nao te ponhas com essas merdas das execuções sumárias que ainda és alvo de um arrastão e nao tem graça nenhuma...
Bjos,
I
PS: desculpa o abuso da linguagem... eu às vezes estico-me ;)

Tolan disse...

havia polícia a dar com um pau na Madalena. Perguntei porquê ao taxista e ele disse-me "tem havido muito arrastão aí". Dam. Falhei. Uns dias mais cedo e ainda tirava foto a ser arrastadado.

Milene disse...

ahahah..Eu sou igual!!Geralmente so tenho umas horas para conhecer as cidades sendo que a maior parte do tempo é passado ou no hotel ou nos aeroportos..Acho que vivo um bocadinho o "Up in the air"... Mas sem a parte de despedir pessoas! =)